[Crítica] SUPER COMBO DE RESENHAS!!!

Confira os mais recentes lançamentos de 2020 comentados em ordem de lançamento neste Super Combo com 7 álbuns!





RAGE - Wings of Rage
Lançamento: 10.01.20 / País - Alemanha

Aqui no Brasil, a banda não é tão tradicional e tão conceituada, a não ser por pessoas que, como eu, admira um bom Heavy/Thrash de qualidade, afinal, o Metal alemão é um dos melhores e mais melódicos do planeta. 

A banda é liderada por Peter "Peavy" Vagner, baixista e vocalista, cuja carreira se funde com a da própria banda desde 1984 e seus, pasmem, 25 álbuns de estúdio, contando com o atual "Wings of Rage". 

Agora, falando deste lançamento, temos aqui o reencontro da banda com a sua, que eu considero, melhor fase: entre 1998 e 2003. Se "Seasons of the Black" de 2017 ressuscitava aquele Thrashzão raiz e visceral do começo de carreira, inclusive com regravações de clássicos dos primeiros álbuns, "Wings of Rage" vem com uma vibe mais "Unity" (2002)  e "Soundchaser" (2003), com linhas mais melódicas, tanto no instrumental, quanto nos vocais e com faixas que vão arrancar aquele sorriso de satisfação e espanto que há muito não se via em quem curte a banda.

Destaques:

"Let Them Rest in Peace" e "Chasing the Twilinght Zone" - São técnicas, cheias de riffs e sintetizam bem a analogia que citei acima. São músicas pesadas, melódicas e com ótimos refrões, que são a cara de "Peavy". Destaque também para o ótimo guitarrista Marcos Rodrigues, que só evoluiu desde sua entrada na banda. 

Depois temos "Wings of Rage" que resgata o bom e velho Thrash Metal da banda. Ela é rápida, ácida e com belas harmonias pré-refrão (que até lembra um pouco Iron Maiden), e o refrão propriamente dito, é ótimo!

Agora, "A Nameless Grave", sem dúvida alguma, é a melhor de todo o álbum. Ela lembra (e muito) a fabulosa "From the Cradle to the Grave" (do "XIII" de 1998). Como a "irmã mais velha", ela é arrastada, orquestrada e épica, com variações de climas. Sem contar o extraordinário e inspirado solo de Marcos. Que música, que refrão!!

Logo em seguida vem outro arregaço: "Don´t Let Me Down", uma música que alterna entre o Thrash Metal rápido e melódico, com momentos mais arrastados e emocionantes, que o caso, é claro, do refrão, que é espetacular!

E para fechar os destaques, a banda nos surpreende com "HTTS 2.0 (Higher Tham The Sky)", o clássico dos clássicos regravado e com uma roupagem mais moderna. A música foi originalmente gravada no ótimo "End of All Days" (1996) e se tornou, desde então, o maior Hit da banda, sendo tocada em todos os shows. 

NOTA - 8,5



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PLANO D - Dusted Rusted Broken
Lançamento: 17.01.20 / País: Brasil

Uma banda que vem se destacando no Brasil, não só pela qualidade de seu trabalho, mas também pelo ótimo programa de divulgação é o PLANO D, uma banda do Rio Grande do Sul, mais precisamente, da minha cidade, Caxias do Sul.

O som praticado pela banda é um Thrash Metal de mãos dadas com o Death Metal Melódico. As principais características que você percebe de cara quando ouve "Dusted Rusted Broken", são o bom gosto e a criatividade na composição dos Riffs. São levadas que, apesar de simples, são diferenciadas e até imprevisíveis, ou seja, você espera que vá para um lado e vai para outro... (acho que assim que eu posso explicar).

A banda é formada pela dupla Paulo Henrique, que faz a guitarra e vozes guturais e Eduardo Ramos no baixo. A bateria do CD foi gravada por ninguém menos que Rodrigo Oliveira do KORZUS. E quem está fazendo as honras nos shows e trabalhos visuais é o meu amigo Thiago Caurio (Astafix, Keep Them Blind, ex-Hammer 67), que também foi responsável pela produção do álbum e do videoclipe que está abaixo (no qual aparece tocando bateria).

Destaques:

O álbum abre com o espetacular Riff de "How?" e a bateria tribal de Rodrigo. Depois ela evolui para som arrastado e pesado, somados ao vocal visceral de Paulo. Aliás, essas últimas características são as máximas de todo o álbum.

Logo depois vem a pesadíssima "Enjoy Yourself", que carrega um dos melhores e mais harmoniosos Riffs do álbum e um vocal sofrido e melancólico, pra não dizer assustador. Essa faixa me lembrou muito SEPULTURA na atual fase, porém, como se Max estivesse cantando... muito louco. Veja o videoclipe abaixo.

Falar de peso é falar em "I Am", outra porrada que começa com um ótimo refrão e depois segue arrastada (o andamento dela lembra "Territory" do Sepultura).

Outro arregaço é "Devout". Essa tem fortes influências de BLACK SABBATH ao longo de toda a sua execução. As guitarras são venenosas e com ótimas variações de Riffs e andamentos.

Outra sonzeira é "Struggle", faixa mais longa e com mais variações rítmicas e harmônicas do álbum, com seus 6:13mins. Ela também tem o melhor solo de Paulo Henrique em todo o álbum. Além disso, há uma participação nela bem peculiar. Em dado momento da faixa é possível ouvir as falas do psicólogo canadense Jordan Peterson que é, inclusive, creditado na faixa. Se quiser saber quem ele é, acesse o LINK.

NOTA - 8,0




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ANNIHILATOR - Ballistic, Sadistic
Lançamento: 24.01.20 / País: Canadá

O ANNIHILATOR pertence aquela categoria de bandas do "quase foi". Apesar do forte reconhecimento e da sua importância no cenário do Thrash/Heavy Metal mundial com seu álbum de estreia, "Alice in Hell" (1989), é uma banda que sempre se manteve no "mainstream do undergroud", no 2º escalão, ou seja, aquela que muita gente gosta quando é citada por alguém mas, curiosamente, pouca gente lembra quando se tem que citar bandas que gosta... Talvez, se a banda tivesse surgido um pouco antes e não tivesse sido engolida pelas mudanças musicais dos anos 90 e, até mesmo, talvez às seguido, teria conquistado um patamar de maior prestígio. Ou não houvesse tanta mudança de formação na sua história... Mas, enfim... 

Vamos falar do novo álbum, "Ballistic, Sadistic". Este é o 4º álbum com fabuloso guitarrista e lider da banda, Jeff Waters, nos vocais e também o melhor dentre eles. Se "For the Demented" (2017) foi um fracasso, este lançamento de 2020 é, sem dúvida um dos melhores do ano e também de toda a carreira do ANNIHILATOR, uma espécie de redenção. Posso ate dizer que é o melhor desde o longínquo "King of the Kill" (1994).

"Ballistic, Sadistic" traz toda a fúria e técnica de Waters, tanto em suas linhas de guitarras, absurdamente trabalhas e criativas, como também em seu vocal que está melhor do que nunca. Já a sonoridade do álbum traz de volta aquele poderoso Thrash Metal do começo da carreira, com muitas mas, muitas referências ao álbum de estreia. A produção é do próprio Jeff, que fez um trabalho simplesmente espetacular. 

Destaques:

"Armored To the Teeth" já abre o CD chutando a porta! É uma faixa empolgante, com ótimos riffs, solos e uma linha vocal fodástica. Destaque também para o baterista Fabio Alessandrini, que passa por cima de tudo e de todos com suas levadas de pedais intrincadas. Veja o vídeo abaixo.

Destroçando tudo e fazendo você perder o pescoço, vem a extraordinária "The Attitude". Cara, que sonzeira!! Pensa num Thrashzão furioso e pegado! Uma das melhores músicas do ano, com certeza.

Lembra do clássico "Stonewall", do álbum "Never, Neverland" de 1990? Pois bem, "Psycho Ward" tem a mesmíssima vibe, até a levada do Riff é parecida. E ela é tão fodástica quanto a sua ancestral. Um petardo que tem tudo pra se tornar Hit. Veja o videoclipe AQUI.

"Dressed Up to Kill", é rápida e ácida. É outra música que conversa com o Thrash Metal dos anos 80 e possui um ótimo refrão. 

"Riot" e "Lip Service" são as mais "sérias" do álbum. Pesadas e, apesar de rápidas, são melancólicas e soturnas. Elas lembram um pouco MEGADETH, principalmente a segunda com sua introdução de baixo, que foi gravado também por Waters. Ótimas faixas.

NOTA - 8,5


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SEPULTURA - Quadra
Lançamento: 07.02.20 / País: Brasil

Bom, agora o bicho pega!

Com certeza vocês já devem ter lido, ouvido, visto muitas resenhas falando do mais recente álbum do SEPULTURA. (Alguns até divulguei na nossa página do Facebook). E obviamente, vocês já devem ter ouvido o "Quadra" dezenas de vezes desde o seu lançamento. Se ainda não o fez, está perdendo de fazer parte de um verdadeiro fato histórico dentro do Metal Mundial e Brasileiro. 

Tudo o que você soube a respeito do "Quadra" é verdadeiro. Se o "Arise" (1991), é pra maioria a obra-prima do SEPULTURA da "Era Max" (muitos consideram o Chaos A.D (1993)), "Quadra", sem dúvida, é a obra-prima da "Era Derrick". Aqui, a banda atinge o ápice de sua carreira como instrumentistas, onde todos alcançam o nível máximo de criatividade e técnica, até então. Desde Derrick Green em sua melhor forma vocal e Andreas Kisser tocando melhor do que nunca em sua carreira, até Paulo Jr. e Eloy Casagrande em performances extraordinárias.

Se o "Machine Messiah" (2017) já havia surpreendido o público com suas composições sofisticadas e uma nova faceta da banda, com um Derrick Green explorando novas texturas de voz, "Quadra" e  suas faixas extraordinárias, agora crava de vez a posição do SEPULTURA entre os maiores nomes do Heavy Metal no Mundo.

Não tem como destacar músicas em uma obra-prima, já que, além desta alcunha, "Quadra" detém um conceito que interliga as faixas e deve ser experimentado do começo ao fim. 

NOTA - 10-M




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ANVIL - Legal At Last
Lançamento: 14.02.20 / País: Canadá

O que eu gosto no ANVIL é essa pegada nervosa e ácida que eles empregam nas músicas e o que ajuda que isso aconteça é exatamente pelos álbuns possuírem uma produção mais crua. Gostei muito do álbum anterior, o "Pouding the Pavement", um dos melhores de 2018. Em se tratando de composições, as músicas do atual lançamento não se distanciam do álbum anterior, porém, há uma melhora significativa na produção sonora. Mais limpa e mais homogênea. 

Destaques:

As melhores do álbum são"Legal At Last", que abre o álbum com fúria e velocidade. É uma faixa divertida e sacana, bem ao estilo ANVIL de ser. Já nasceu Hit, veja o videoclipe abaixo. E também a faixa 10, "Food for Vulture", que tem a mesma pegada e ótimos Riffs e refrão.

"Nabbed in Nebraska" tem essa pegada mais dançante, meio AC/DC, parecida com "Bitch in the Box", do álbum anterior. Aquele tipo de som pra dar uma bangeada. Muito boa.

"Talking to the Wall" é cadenciada e pesada. É um faixa com uma banda nervosa e Steve “Lips” Kudlow surrando suas cordas vocais. 

Sombrias, arrastadas e Sabbathicas, temos "Gasoline" e "Plastic in Paradise". Duas faixas bem interessantes e com ótimos momentos. 

Agora temos algumas referências clássicas a grandes nomes do Metal e Hard da história e não deixam de ser faixas ótimas. A primeira é "Botton Line" que é claramente inspirada em "Rock Botton" do UFO e "Said and Done" que, por alguns detalhes, não se torna um plágio de "Lord of this World" do BLACK SABBATH, desde Riff e andamento, até a mudança de tom. Faltou pouco. Compare para ver.

NOTA - 7,5



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BIFF BYFORD - School of Hard Knocks
Lançamento: 21.02.20 / País: Inglaterra/ Reino Unido

Um dos lançamentos mais esperados do ano é o primeiro álbum solo do icônico e, porquê não, do lendário vocalista da banda SAXON, Biff Byford. E pra quem aguardava ansiosamente por um trabalho excelente, a expectativa valeu muito mais do que a pena.

"School of Hard Knocks" é candidato aos melhores do ano, sem dúvida, além de entrar para o Hall dos álbuns de estreia mais fodásticos de um artista já que, o que temos aqui, é um desfile de músicas excelentes e performances perfeitas de todos os envolvidos.

Biff Byford, com seus 69 anos de idade e alguns problemas recentes de saúde, mesmo assim, mostra que ainda é uma das maiores vozes do Heavy Metal de todos os tempos. Sua voz soa mais rouca, obviamente, mas seu timbre e o seu poder ainda é sentido a cada estrofe.

Destaques:

"Welcome to the Show" foi o primeiro single lançado e, na ocasião, deixou todos os fãs de Biff e do próprio SAXON de cabelos em pé. Empolgante e com um ótimo refrão, ela pende para o Hard Rock mais pesado. Veja o videoclipe abaixo.

Logo em seguida temos a faixa título, que mantém a pegada Hard com uma influência bem clara de AC/DC e JUDAS PRIEST anos 80.

Pesadas e cadenciadas, somos levados ao Heavy Metal puro em "The Pit and the Pendulum" e "Worlds Collide", com certeza as melhores do álbum e que poderiam, facilmente, estar em qualquer álbum atual do SAXON. Duas sonzerias! E a voz de Biff, sem comentários!

Tem também a ótima versão da tradicional musica inglesa "Scarborough Fair", eternizada por bandas como SIMON & GARFUNKEL e QUEENSRYCHE. A interpretação de Biff nessa faixa é, no mínimo, arrepiante.

O Metalzão estilo SAXON volta nas fodásticas e nervosas "Pedal to the Metal" e  "Hearts of Steel". Mais dois petardos, sendo a segunda a mais fodástica.

NOTA - 9,0



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OZZY OSBOURNE - Ordinary Man
Lançamento: 21.02.20 / País: EUA/Inglaterra

É sempre perigoso falar desta entidade do Heavy Metal, afinal de contas, Ozzy Osbourne, junto ao BLACK SABBATH, criou esse estilo amado por todos nós, que é o Heavy Metal e ainda de quebra deu um empurrão absurdo no Hard Rock com sua carreira solo. A importância do "homi" é indiscutivelmente imensurável. 

Porém, todavia, não quer dizer que Ozzy não seja falho, aliás, sua carreira solo não nos supreende desde o começo dos anos 90. "Ordinary Man" tem sido, talvez, o álbum mais aguardado dentre todos os listados aqui, desde que foi anunciado, acho que em 2018 ainda, até mesmo pelo hiato de 10 anos desde o álbum "Screem" (2010), por conta do retorno com o BLACK SABBATH. Eu mesmo estava curioso com o resultado já que, vendo a lista de músicos que iriam gravar o álbum, só podia dar coisa boa. 

Então veio o single "Under the Graveyard" e eu achei chatíssima, muito repetitiva. Depois veio "Straight to Hell" e mudou de figura, uma sonzeira com Slash na guitarra. Só que então veio a faixa título, com participação de Elton John e bah, aí eu percebi que não ia gostar do álbum (Oh musiquinha bem bosta).

Bem, o álbum foi lançado e pude conferir realmente do que se tratava "Ordinay Man" e infelizmente não foi a experiência que eu esperava no principio. Sei que o álbum carrega uma carga enorme de emoções e epifanias, ou ate mesmo soa como um epitáfio de Ozzy Osbourne, "Um testamento musical" como alguns estão comentando, porém, pra mim, tirando as 3 primeiras faixas, que são espetaculares, ou seja, a já citada "Straight to Hell", "All My Life", que relembra os tempos áureos de sua carreira e a sabbathica "Goodbye", talvez, "Eat Me", que tem uma boa pegada, o restante do álbum é um desastre. 

Preciso fazer menção a umas das piores faixas já gravadas por Ozzy em sua história: "Take What You Want", com participação do rapper Travis Scott.. Oh My Gosh... What´s wrong with you, Ozzy?

NOTA - 5,0



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NE: Como eu chego as notas dos álbuns? Eu dou uma nota para cada faixa e depois faço a média de todas e o resultado é o que você vê nas resenhas.




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