DONA IRACEMA - Aborda saúde mental em novo videoclipe, "Tô no Cid"

Música do disco "Balbúrdia", tem participação da cantora Nancy Viegas.



A banda baiana de caatincore DONA IRACEMA fecha 2019 com o lançamento do videoclipe para ‘Tô no Cid’, música do elogiadíssimo disco Balbúrdia (lançado no último mês de agosto pela Orangeira Music). O quarteto usa o lúdico para abordar um assunto sério e contemporâneo, o esdrúxulo Cid (Código de Identificação da Doença). 

O clipe de ‘Tô no Cid’ tem a participação pontual de Nancy Viegas, que assim como na faixa do disco, divide os vocais com Balaio. Nancy é cantora, produtora musical e compositora, que já cantou com outros nomes da música brasileira, como Pitty.

Tive uma aula de atuação com a Nancy, é impressionante como ela contracena com a câmera. Uma das coisas mais legais que este clipe nos proporcionou foi tê-la ao lado da Dona Iracema”, conta a vocalista Balaio sobre esta participação.

A produção, originalmente lançada no começo deste mês de dezembro, é dinâmica e divertida, com a participação de Nancy e de todo quarteto da DONA IRACEMA. “Foi o clipe que mais nos divertimos fazendo. Cada um pode se expressar sobre seus excessos e medos”, revela Balaio.

No entanto, o assunto não é nada engraçado: é uma dura – e inteligente – crítica ao Cid, atestado médico com Cid. É quando uma empresa exige que o funcionário ateste a necessidade de um tempo de afastamento por doença. “Estar no Cid é uma condição quase inerente da vida humana, todo mundo já esteve ou um dia estará no Cid. Todo mundo vai ter uma mão sob o controle biomédico do seu corpo. É muito fácil para as pessoas identificarem isso”.

A mensagem, na letra, é dúbia, com uma riqueza de informações e sensações que ganham ainda mais força por meio das imagens do clipe.

Para Balaio, a música tem um caráter ainda mais especial. “As pessoas trans estavam, praticamente, até ‘ontem’ no Cid. Saímos recentemente, mas ainda estamos dentro de um estado biomédico; saimos de um manual, mas anda precisamos de uma aprovação médica para ser quem a gente é. Sem falar da visão destes manuais e a visão médica de quem somos, é binarista e violenta contra os corpos trans”. Como bem pontua Balaio, o Cid ainda está em cima das pessoas como uma estrutura.


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