NO GRACIAS: Lança videoclipe de "Globotomia"

As imagens foram gravadas durante show realizado em um dos cartões postais de Porto Alegre, o Parque Farroupilha (Redenção) e traz trechos da performance da banda em um evento elaborado com o intuito de defender o serviço público municipal de qualidade.


A banda NO GRACIAS acaba de lançar o videoclipe oficial para a música "Globotomia". Com direção de Gerson Silva. A música é a quarta e última música do EP “Vista do Jogo”, lançado no início de 2017. 

A canção traz em sua letra a visão da banda em relação ao maior grupo de comunicação do país, a Rede Globo de Televisão. Sobre a canção, o vocalista e guitarrista Pablo Gusmão Rodrigues explica: 
“O nome da música é trocadilho que nos ocorreu (e certamente não é original, porque é bem claro), envolvendo o termo lobotomia, o procedimento cirúrgico que era usado, na realidade, mutilando o cérebro, com a finalidade de acalmar pessoas com certos problemas mentais. De resto, a letra G, tem a ver com essa nossa realidade de meios de comunicação extremamente concentrados. Em vários outros países um mesmo grupo empresarial nem poderia ser dono de jornal impresso, ter várias rádios e ainda emissoras de TV. Aqui as pessoas utilizam todos esses meios e estão sendo informadas sempre pelas mesmas empresas, de meia dúzia de famílias, e que obviamente têm sua linha e seus interesses. Isso é um poder enorme. E boa parte das pessoas fica sem contraponto” - ressalta Pablo.
O músico alerta sobre o perigo desse domínio:
“Não se pode traduzir isso como mérito na competitividade do mercado, como sendo o que as pessoas querem, porque, assim como em outros setores da sociedade, há um histórico de poderes que formam um sistema que opera se retroalimentando, e que ainda muitas vezes passam por governos e jogo políticos (as mídias são concessões públicas). O campeão de audiência de hoje era a única emissora que pegava em várias regiões e, assim, foi entrando na rotina das pessoas. Na cena musical a gente vê esse tipo de coisa circuito comercial, com os jabás e tal. Aí, ao final do dia, uma rádio faz a sua parada das 10 mais pedidas pelo público… As 10 entre as 15 que tocam 20 vezes por dia (risos). E, na mídia em geral, em termos de informação, o que ocorre é que poucos têm o poder de traduzir a realidade para as pessoas."
O guitarrista Rafael Midugno ainda destaca o passado do grupo de comunicação com o regime militar que esteve no poder no país durante o período de 1964 até 1985:
“Lembrando que Roberto Marinho criou a empresa apoiando e recebendo apoio da Ditadura Militar”. Rafael também explica que diferente do que acontece em outros países, onde os veículos de comunicação assumem posicionamentos ideológicos, no Brasil, existe um apoio velado a determinados grupos políticos, exercido de maneira que o público seja influenciado sem perceber esse tipo de conduta: “Nenhum leitor é enganado quando lê as posições defendidas em editoriais do Washington Post e do New York Times”.




Fonte
Insanity Records

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Postado Por
MARCO PAIM



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