[Entrevista] JOCE CRISTÓVÃO: "Esse reconhecimento te da um gás novo pra tu seguir em frente."

[Entrevista] Por Marco Paim 

O entrevista do de hoje é o grande baixista Joce Cristóvão (Underload). Ele foi o baixista mais votado na enquete "Melhores do Ano/2012" segundo os leitores do Blog. Vamos conhece-lo melhor?

HEAVYNROLL - Melhor baixista do Ano. Como você reagiu a este reconhecimento imediato por parte do público do blog? 

JOCE - Foi uma surpresa bem grande cara, ainda mais numa segunda feira de manhã que tu não espera muita coisa normalmente (risos).  Foi bem bacana principalmente por ser uma votação popular e sabendo que nem todos meus amigos votaram (risos). Fiquei muito feliz, esse reconhecimento te da um gás novo pra tu seguir em frente, seja nos estudos ou no trabalho e faz tu querer sempre melhorar mais e mais. 

HEAVYNROLL  - Mas tudo tem um começo. Como foi o seu? 

JOCE - Eu comecei oficialmente aos 14 anos tocando contrabaixo numa guitarra de 4 cordas, isso mesmo (risos). Até eu comprar meu primeiro contrabaixo que foi um Austin 4 cordas, que eu tenho ate hoje. Com o baixo na mão iniciei meus estudos com o grande mestre Luís Gustavo Viegas e comecei a formar as primeiras bandas com os amigos. O repertório normalmente ia de Metallica, Iron Maiden, Judas Priest, Helloween, Black Sabbath, Nirvana a Guns e etc... Eu lembro que a primeira vez que eu ouvi o Cliff Burton (Primeiro Baixista do Metallica) tocar aquelas coisas malucas eu decidi que queria tocar contrabaixo! 

HEAVYNROLL  - Quais suas principais influências, seus heróis? 

JOCE - Bah pergunta difícil ein hehe Mas vou destacar alguns que eu gosto bastante, Jaco Pastorius, Marcus Miller e Victor Wooten, o que esses caras fizeram pelo contrabaixo não é pouca coisa! E cito também como meus heróis, Stuart Hamm, Richard Bona, Meshell Nedgocello e Francis Rocco Prestia dentre outros, e é claro o bom e velho Johann Sebastian Bach. E na adolescência, Steve Harris (Iron Maiden) e Cliff Burton (Metallica). 

HEAVYNROLL - Nos anos 70 o baixo era peça fundamental na levada das músicas. Com a chegada das distorções mais pesadas nos anos 80 a guitarra ficou em evidência e o baixo "escondidinho", limitado a "manter a base". Com a chegada de grandes bandas de prog metal na metade dos anos 90 você concorda que houve um resgate do baixista técnico e mais presente? Como você vê o papel do baixista hoje em dia? 

JOCE - Acredito que sim, talvez um fator que pesou também foi o fato de os anos 80 terem sido uma década de muitas experiências não orgânicas talvez o baixo tenha sofrido um pouco com isso. Mas foi uma grande década para as bandas de prog se firmar exemplo do Dream Theater e Symphony X. Mas a criatividade nunca deixou de existir. Um grande exemplo de baixistas que não deixaram de fazer um som criativo é o Flea (Red Hot Chilli Peppers) que nunca deixou de lançar linhas de baixo matadoras desde o inicio da sua carreira ate os dias de hoje! 
Não vejo o papel do baixista de hoje muito diferente de outras décadas, sempre existiu uma música mais de âmbito comercial, e uma música mais de âmbito artístico para pessoas com o ouvido um pouco mais exigente, e sempre irá existir. Cada caso é um caso, e uma situação diferente, assim influenciando diretamente no papel do baixista. Mas não é de hoje que baixistas gravam CDs solos aos montes, lideram bandas. Desde que Jaco Pastorius apareceu por volta dos anos 70 com seu baixo fretless, colocando o instrumento na frente do palco em uma evidência que ninguém jamais tinha visto, o mundo dos graves não foi o mesmo. 

HEAVYNROLL  - O Underload chegou arrebentando em 2012. Também na votação dos Melhores do Ano, ganhou a "estatueta" de melhor clipe com "My Imagination", e figou em quase todas as categorias entre os primeiros. O que podemos esperar da banda em 2013, um full lenght talvez? 

JOCE - Está sendo um ano muito bacana para a Banda, acabamos de lançar mais um vídeo que está tendo um feedback sensacional! A idéia é sim lançar o primeiro cd já neste ano, a banda está compondo à milhão e se preparando para lançar o projeto no Financiarte. Este é o foco total da Underload no ano, em breves novidades. 



HEAVYNROLL - Além do Underload, você já tocou, ou toca, em alguma outra banda? 

JOCE - Atualmente eu toco também na banda Pacific 22 (Blues/Rock/Country) com a qual estou gravando o primeiro CD, e na Banda Vegas (Pop rock, 60,70,80,90,2000) e mais alguns outros projetos em andamento. 

HEAVYNROLL  - E sobre o cenário rockeiro da região. Qual a sua visão? 

JOCE - O cenário roqueiro da região está voltando a ser o que foi a 10 anos atrás na minha opinião, onde sempre aparecia excelentes bandas de todos os tipos e gostos de Rock. Tem muita coisa boa rolando aqui na cidade e pelas conversas com os colegas músicos tu percebe que o financiarte vai ser gordo esse ano, muita coisa massa está sendo produzida. A diferença na minha visão, é que tem muito menos lugares para as bandas de Rock mostrarem suas caras do que tinha a 10 anos atrás! Pelo o que eu lembro, tinha praticamente quase todo mês algum festival de bandas, coisa que hoje não tem muito, mas pelo o que eu percebo esse costume irá voltar aos poucos, como por exemplo, o Festival que acabou de acontecer mês passado, o Grito Rock! 

HEAVYNROLL  - Obrigado pela atenção Joce. Fica o espaço para considerações finais: 

JOCE - Gosto desta frase do baixista Victor Wooten e compartilho da mesma: ‘’Música não se resume a notas ou teorias. Música significa vida."

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O que o Joce anda escutando?

John Mayer – "Continuum"
Richard Bona – "Reverence"
Black Country Communion - "Black Country Communion 1 e 2"
Victor Wooten – "Yin Yang"
Jamiroquai - "Emergency on Planet Earth"

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Ezequiel Duarte e Joce Cristóvão tocando uma peça do Bach







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