BENHUR LIMA: "Estar em uma banda de heavy metal no Brasil é algo que exige, sobretudo, amor ao que se faz."
[ENTREVISTA] Por MARCO PAIM
HEAVYNROLL – Li em algum lugar que você estará a frente da mixagem do novo álbum que o Hibria está gravando. Inclusive já havia mixado o DVD gravado no Japão. Que responsa hein?
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O entrevistado desta vez é o grande baixista caxiense Benhur Viera Lima. Talentoso tanto nas 4 (ou 5) cordas como com sua poderosa voz, Benhur vem conquistando seu lugar ao sol de forma digna e fazendo ótimos trabalhos ao longo de sua carreira. Carreira esta que está em ascensão e que vamos conhecer um pouco mais
HEAVYNROLL – Lembro de você nos primórdios com a banda Angels Garden, acho que era isso. Quando foi exatamente o momento em você pensou “ok, é isso que eu quero da vida!”?
BENHUR – Desde o primeiro contato sério com música, há 15 anos, quando tive minhas primeiras aulas de contrabaixo com o Airton Lima, grande mestre da maioria dos baixistas daqui, acabei envolvido absolutamente. Embora, volta e meia, enveredasse por outros caminhos, a música sempre me puxou de volta.
HEAVYNROLL – A partir daí surgiu a banda Yinis Vitrin, da qual temos dois excelentes trabalhos, a demo “A Dark Land” em 2005 e o álbum “The Sad Art of Smiling” em 2011. A banda vinha conquistando um espaço de respeito no cenário brasileiro. Como está a situação, você ainda faz parte do grupo?
BENHUR – A Ynis Vitrin foi minha primeira experiência musical séria com uma banda. Éramos focados e dedicados para fazer daquilo algo relevante. Fomos, de certa forma, bem sucedidos no objetivo, mas em virtude de alguns infelizes percalços, a gente acabou estacionando. Com o tempo, alguns de nós afastaram-se da música, e o rumo da coisa ficou incerto, porém a banda nunca acabou, e eu nunca saí dela. É possível que, uma hora ou outra, algo inédito da Ynis apareça.
HEAVYNROLL – Você fez parte da banda Fire Symphony e estavam prestes a lançar material inédito em 2009. O que aconteceu?
BENHUR – Aconteceu que acabamos atropelados pelas nossas vidas e compromissos extra banda. O material existe, mas não foi finalizado, porém nada descarta a hipótese de que isso seja lançado algum dia, afinal a Fire Symphony, de fato, também nunca foi desfeita.
HEAVYNROLL – Ainda tivemos os trabalhos com as bandas Darkest Seed e Anaxes. Fale um pouco destas bandas.O Anaxes eu sei que está trabalhando em um novo álbum.
BENHUR – Ambas são bandas que sofreram uma pausa devido à falta de disponibilidade de tempo por parte dos integrantes. Todos estamos envolvidos em milhares de projetos, não só ligados à música, e ficou realmente complicado tocar o barco. Porém, neste momento a Anaxes trabalha em pré-produções dos novos sons, e a Darkest Seed está prestes a reunir-se para definir os rumos de um próximo disco. Estar em uma banda de heavy metal no Brasil é algo que exige, sobretudo, amor ao que se faz e muita, mas muita paciência mesmo! Infelizmente a gente acaba tendo que levar as coisas conforme as possibilidades vão surgindo.
HEAVYNROLL – O Hibria é uma das maiores bandas do metal nacional. Como aconteceu o convite para você assumir o posto de baixista? Como chegaram a você?
BENHUR – Eles estavam procurando alguém pra assumir a bronca e entraram em contato com o Fábio Alves, meu professor durante muito tempo e um dos caras mais legais que eu conheço, atrás de indicações. Felizmente ele lembrou de mim e passou o contato. Os caras me ligaram, a gente marcou um teste, gostaram de mim, eu deles, e eu entrei (risos). Pouco tempo depois eu já estava gravando os baixos do "Blind Ride", terceiro disco da banda. O mais legal dessa situação é que eu era um grande fã da banda e sempre acompanhei a carreira de perto. Foi uma grande honra poder fazer parte disso.
HEAVYNROLL – Em 2012 você deve ter tido a maior experiência como músico ao excursionar pela Ásia com o Hibria. Conte sobre este momento em sua carreira. O que ficou marcado para você?
BENHUR – O Hibria é uma banda com uma base de fãs bem sólida na Ásia, sobretudo no Japão onde já esteve quatro vezes. Na verdade, minha primeira viagem com a banda pra lá foi em 2011. Tocamos em um festival enorme em Shanghai, na China, depois fomos para Seoul, na Coréia do Sul. Em seguida tocamos em Osaka, Nagoya e Tóquio, no Japão. Na capital, registramos o DVD "Blinded By Tokyo, Live in Japan", lançado no Brasil pela Voice Music. Ano passado, fomos convidados pela segunda vez para o Loud Park, maior festival de som pesado da Ásia, onde dividimos o palco com Slayer, Helloween, In Flames, Sonata Arctica, Sebastian Bach, Dragonforce, entre outros.
Além da carga cultural absurda que absorvemos em cada uma das viagens, o tratamento proporcionado à banda na Ásia é algo sem precedentes. A organização e respeito ao trabalho que encontramos lá é indescritível. É o sonho de todo músico realizado. Definitivamente algo difícil de esquecer.
HEAVYNROLL – Li em algum lugar que você estará a frente da mixagem do novo álbum que o Hibria está gravando. Inclusive já havia mixado o DVD gravado no Japão. Que responsa hein?
BENHUR – Sim, é verdade. Neste exato momento estou em uma pausa das mixagens do nosso quarto disco, que já está gravado. A responsabilidade é grande e, confesso, me intimidou em alguns momentos. Porém, a receptividade ao trabalho realizado no DVD me deixou mais confiante pra assumir o processo. Em breve vão pintar mais notícias a respeito do disco novo, que será lançado ainda na metade deste ano.
HEAVYNROLL – Falando nisso, você já tem certa experiência com produções musicais e artes gráficas. Mais uma faceta deste artista de muitos talentos?
BENHUR – Tenho uma conexão forte com a arte desde sempre. Desenhava quando era mais novo, trabalhei durante muito tempo como designer gráfico. Pra falar a verdade, eu acho que é tudo meio que a mesma coisa. Quero dizer, acredito que são só maneiras diferentes de manifestar a mesma coisa. Não acho que sejam muitos talentos, e sim, uma vocação só.
HEAVYNROLL – Além de um grande baixista, você também é um grande cantor. Sua gama de influências deve ser enorme, mas é sempre perguntar: Que foram “os caras” pra você?
BENHUR – Muitíssimo obrigado! Difícil mesmo citar influências, é muita gente. Desde os meus professores, até músicos com quem eu toco ou já toquei, até aquele pessoal que todo mundo sempre cita, alguns diretamente pela maneira de tocar/cantar, outros pela postura, pioneirismo, identidade, enfim: Steve Harris, Geezer Butler, Jaco Pastorious, Nico Assumpção, Billy Sheehan, Victor Wooten, Dio, Bruce Dickinson, Glenn Hughes, Ian Gillan, Stevie Wonder, e provavelmente mais um tanto de gente que eu não lembro agora, hehehe.
HEAVYNROLL – Há um mistério em torno da formação Benhur Lima, Bruno Machado e João Viegas. Sabemos que são músicos do mais alto gabarito. Pode nos adiantar alguma coisa sobre isso?
BENHUR – Nada de muito misterioso, na verdade. Somos grandes amigos, e suriu a oportunidade de colocar em prática um projeto que a gente já planeja há bastante tempo. As coisas ainda estão tomando forma, então ainda não tem muito o que adiantar. É algo sem estilo ou forma definidos, mas em breve deve ter algo por aí, heheh.
HEAVYNROLL – Bem. Muito obrigado pela atenção. Chegamos ao tradicional momento das considerações finais.
BENHUR – Eu que agradeço pela oportunidade. A todos que tiverem interesse pelo meu trabalho, podem entrar em contato pelo Facebook (facebook.com/benhurlima), através da fanpage do Hibria ,do Twitter, @hibria ou do site oficial, www.hibria.com. Agradeço também às marcas que me apoiam, Ibanez, Digitech e AKG, a todos que sempre prestigiam meus projetos, e aos leitores do Heavynroll!
Tenho planos de por em prática, se possível começando ainda este ano, o projeto de um estúdio de gravação para desenvolver meu trabalho com produção musical e engenharia de som, então fiquem atentos! Muito obrigado e um grande abraço!
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DISCOGRAFIA
CRISTIAN RIGON - Fire Symphony (2003)
YNIS VITRIN - A Dark Land (2005)
ANAXES - Anthitesis (2010)
SASHA ZAVISTANOVICZ - Carpe Diem (2010)
EXIT11 - All Exits Are Closed (2010)
DARKEST SEED - The Scars That Never Heal (2010)
YNIS VITRIN - The Sad Art of Smiling (2010)
CRISTIAN RIGON - Fire Symphony (2003)
YNIS VITRIN - A Dark Land (2005)
ANAXES - Anthitesis (2010)
SASHA ZAVISTANOVICZ - Carpe Diem (2010)
EXIT11 - All Exits Are Closed (2010)
DARKEST SEED - The Scars That Never Heal (2010)
YNIS VITRIN - The Sad Art of Smiling (2010)
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O que o Benhur anda escutando?
"The Very Best Of Stevie Wonder" – Stevie Wonder
"Wasting Light" – Foo Fighters
"Koloss" – Meshuggah
"Pandemonium" – Pretty Maids
"Absolution" – Muse
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