[Eu Recomendo] O Heavy Metal dos anos 90` (1994)


Por Marco Paim

1994

"Balls to Picasso" - Bruce Dickinson

Neste segundo álbum da carreira solo de Dickinson ele deu um salto surpreendente em relação ao anterior. Tudo graças a incrível performance do, até então, desconhecido guitarrista Roy Z. E apesar de ainda permanecer uma veia mais hard rock, as composições aqui estão mais sólidas, pesadas e marcantes, além do bom gosto em frases e riffs que fizeram com que este álbum se tornasse um clássico embalado pela grande e aclamada faixa "Tears of the Dragon", uma das melhores músicas de Bruce Dickinson em toda a sua carreira.
Outros destaques ficam por conta de "Cyclops", "Hell No", "1000 Points of Light", "Laughing in the Hiding Bush" e belíssima "Change of Heart".

"Promised Land" - Queensrÿche

Eu acho este álbum espetacular. Um dos melhores álbuns de rock progressivo que já ouvi. Trata-se de mais um trabalho connceitual, mas desta vez a experimentação é o carro chefe nas composições inspiradíssimas de Geoff Tate e Chris DeGarmo, que trazem em suas letras fortes, reflexões sobre a existência e espiritualidade. Este álbum, as vezes injustiçado e subestimado, também encerra a "era de ouro" do Queensrÿche com a saída do guitarrista e um dos principais compositores da banda, Chris DeGarmo após a turnê. Destaque para as clássicas "I Am I" e "Damaged", além das incríveis "The Bridge", "Lady Jane", "One More Time" e "Someone Else", esta última tocada apenas ao piano e voz em uma grande performance de Tate. Um álbum para se ouvir com calma e muita atenção, vale a pena!

"Handful of Rain" - Savatage

Mais uma porrada de uma das mais originais bandas de metal da história. Esse álbum é um petardo e mostra que o grupo só vinha melhorando com o passar dos anos. "Taunting Cobras" é uma avalanche só! Depois vem a faixa título, um som emocionante, hora calmo, hora meio folk, com muita melodia e uma interpretação espetacular de Zack Stevens, com certeza uma das melhores canções do Savatage, juntamente com a épica "Chance" e seus tradicionais contra-pontos vocais característicos do grupo. 
Destaque também para a emocionante "Castles Burning", a apoteótica "Visions", "Watching You Fall" e a hard "Nothing´s Going On". Enfim, um álbum para ser apreciado e desfrutado nos seus mínimos detalhes.

"Cross Purposes" - Black Sabbath

Após a saída de Dio, mais uma vez por besteira, quem o Sabbath chama para assumir os vocais? Claro, Tony Martin! Apesar de muita gente ter aversão a voz de Tony, e de ao vivo ter decaído muito com o passar dos anos, a sua contribuição para a história do Black Sabbath é incontestável, e "Cross Purposes" serve como exemplo disso, pois é sem dúvida um dos melhores álbuns com sua voz. Pesado e sombrio, mantém a mesma pegada do disco anterior, e a voz de Martin está muito boa e agressiva, com ótimas interpretações, como em "I Witness", "Cross of Thorns", "Immacolate Deception" entre outras que naturalmente ganham um ar mais hard rock devido ao estilo do vocalista.

"Awake' - Dream Theater

Não sou fã de Dream Theater, mas alguns trabalhos merecem destaque em sua discografia. Este é o caso do "Awake", considerado pela maioria como "o álbum" da banda, com certeza impressiona nas performances individuais e pela produção sonora a frente de seu tempo. O Dream Theater inovava em diversos aspectos neste álbum, e fixava seu estilo que perdura até hoje de um prog metal absurdamente técnico e pesado. Músicas como "6:00", "Erotomania" e "Voices" incentivaram uma nova geração de músicos a estudarem horas e horas seus instrumentos fazendo nascer novas bandas de prog "acrobat" metal na década seguinte. E há também as pesadonas "Caught in a Web", "The Mirror" e "Lie", que ajudaram a popularizar as guitarras de 7 cordas. E quem não se derreteu com "The Silent Man"? Eu não, mas você sim, com certeza.

"Master of the Rings" - Helloween

É o primeiro registro com Andy Deris após a saída de Kiske. E Andy, que veio da banda de hard Pink Cream 69, fez bonito! Músicas como a poderosa "Sole Survive", as pegajosas "Why", "Perfect Gentleman" e a alegre "Secret Alibi" fazem este álbum valer muito a pena. Temos aqui um outro Helloween, mas tradiconal e power do que melódico, a afirmação do seu estilo que carregaria para os álbuns seguintes graças a voz única de Andy Deris.

"Youthanasia" - Megadeth

Um dos melhores álbuns da carreira da banda, este trabalho traz uma banda bem centrada em riffs poderosos e complexos, cheios de harmonia e muita malodia, mas com o freio de mão puxado, fugindo um pouco do esteriótipo trash metal de sua origem. Na verdade, ele divide opiniões, pois trata-se de um álbum mais comportado e comercial, apesar de não haver muitos destaques, a não ser um dos maiores clássicos da banda, a aclamada "A Tout Le Monde" com seu refrão em françês. Outras músicas que destaco seriam "Reckoning Day", a funkeada "Train of Consequenses" e "Black Curtains".

"Premonition" - Tony Macalpine

Ao contrário de muitos guitarristas solo, Tony é um cara muito versátil e de muito bom gosto em seus trabalhos. Até aqui, lançou apenas trabalhos que valem muito a pena escutar e com músicas memoráveis. As minhas preferidas, "The Violin Song" e "Tower of London" mostram toda técnica e versatilidadedeste deste monstro da guitarra, onde ele caminha tanto nas terras do romantismo e do clássico, até as montanhas do heavy metal. E isso não para por aí. A cada faixa você se impressiona com suas melodias incomuns e inspiradas. Destaque também para "Ghost of Versalles", "The Czar", "Inflection" e "Animation". Além das clássiscas peças de piano executadas por ele mesmo de forma magistral.
Destaque também para a performance de Deen Castronovo e sua bateria pesada e precisa.

"The Seventh Sign" - Yngwie Malmsteen

Nesta época o Malmsteen já era um cara chato, tanto musicalmente quanto, dizem, pessoalmente, e vinha lançando verdadeiras porcarias.Mas eis que surge "The Seventh Sign", um álbum poderoso trazendo a voz agressiva e marcante do excelente vocalista Michael Vescera. Foi como uma libertação do círculo vicioso que o guitarrista vinha se prendendo nos últimos álbuns. Guitarristicamente falando, bem, são os solos de Malmsteen. Mas as músicas como um todo e a incrível performance de Vescera fazem toda diferença produzindo grandes canções, como a rápida "Never Die" e a épica e, talvez uma das melhores músicas do guitarrista, "Seventh Sign", entre outras grandes músicas.

"Superunknown" - Soundgarden

Esse álbum merece destaque, porque realmente é um grande trabalho desta banda que mesclava peso e feeling com muita categoria, originalidade e competência. Você percebe muita influência das bandas de rock pesado dos anos 70, como Ufo, Led Zeppelin e muita coisa de Black Sabbath, mas com caratcteristicas, claro, de uma banda de Seattle, da qual ajudaram a levantar a bandeira grunge. Tudo isso somados ao grande vocal e interpretação de Chris Cornell. O álbum é bom por inteiro, mas tenho de destacar a clássica e pesada "Black Hole Sun" e seu clima sombrio e enigmático.

"Nativity in Black" - Tribute to Black Sabbath

Um dos melhores tributos já lançados, ele traz só grandes bandas em grandes interpretações e versões de clássicos dos Pais do Metal. Aqui temos Megadeth, Sepultura, Bruce Dickinson, Fate No More, Type O Negative, Machine Head, Rob Halford, Pantera, Slayer e até o próprio Ozzy, além de outras bandas. Um tributo que ficou para história por sua constelação de grandes nomes e versões.




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