Entrevista com PAULO SCHROEBER
[ENTREVISTA] Por MARCO PAIM
Um dos melhores guitarristas brasileiros da atualidade e com um estilo de tocar muito peculiar. Paulo Schroeber (Hammer 67 / Astafix) se destaca por sua originalidade e versatilidade, e acima de tudo, sua história na música de Caxias do Sul.
HEAVYNROLL - Você é um músico que já está na estrada há um bom tempo. Versátil, passou por diversas bandas de estilos diferentes, indo do mais extremo death metal (Fear Ritual) até o poprock (Naja) passando pelo metal melódico (Burning in Hell). Avaliando a você mesmo, defina no que essas experiências contribuiriam para o crescimento como guitarrista e pessoa. Conte um pouco da sua história.
PAULO SCHROEBER - Na realidade comecei com uma banda de Death Metal, pois foi o estilo que mais ouvi quando era mais jovem. Principalmente as bandas mais técnicas, gostava muito daqueles zilhões de bases tocadas em apenas uma música. Tanto é que um dos motivos que a FEAR RITUAL acabou foi justamente por causa disso, comecei a ficar meio paranóico com esse negócio das bases e ninguém da banda aguentava mais decorar tantos riffs em uma música só, (Risos)...o que foi uma pena.
Com a NAJA e a FALL UP (banda anterior a Naja) aprendi muito, pois fiz muitos shows com essas bandas. Muito da minha postura de palco se deve a essa época, pois tocávamos praticamente todo o fim de semana. Tocando nesse assunto acho muito importante na formação musical de qualquer músico colocar o “pé na estrada”, para mim é tão importante quanto as horas de estudo que se passa quando se estuda em casa.
Tenho um carinho muito imenso também pelo violão clássico, inclusive esse ano pretendo retomar meus estudos de violão que infelizmente abandonei no passado, pois foi com o clássico que eu aprendi a disciplina da música, toda essa coisa de cronogramas, metas, etc.
Todos os estilos que eu toquei foram muito válidos para minha formação musical e minha versatilidade como músico, não tem como negar, mas não adianta eu querer me enganar, sou headbanger de corpo e alma, pois tudo o que eu sou hoje em dia devo ao Metal, toda a minha paixão pela música e a vontade de largar tudo para tocar guitarra se deve a vontade de tocar e entender esse estilo. Pode parecer papo piegas, mas é a pura verdade, hahahaha...
HEAVYNROLL - O convite para entrar na banda ALMAH e posteriormente a gravar um Cd, onde inclusive, teve toda a liberdade de colocar suas idéias, abriram portas para um reconhecimento nacional; Como foi este contato com Edu Falaschi, como aconteceu?
PAULO SCHROEBER - Foi idéia de Marcelo Moreira. Segundo ele o ALMAH precisava de uma linguagem um pouco mais metal, e ele comentou que conhecia uma pessoa na cidade onde morava que poderia ajudar nas composições, no caso eu. Fiquei um pouco surpreso, pois ele foi bem direto, “liga para o Edu e combina com ele”...liguei para o Edu e ele me pediu para ir no outro dia para SP. Admito que fiquei um pouco nervoso, mas pensei...”mais do que pagar uma passagem de avião”...
Cheguei lá e lembro que no que cheguei já começamos a trabalhar sem parar, em dois sons, foram dois dias exaustivos, pois só parávamos para dormir e comer.
Quando tudo estava pronto, voltei e uma semana recebi o email do Edu me informando que eu era o novo guitarrista do ALMAH. Na verdade na hora não entendi muito bem, mas depois de termos feitos alguns shows é que caiu a ficha da importância desse acontecimento em minha carreira. Foi uma época muito boa, espero voltarmos a ativa em breve.
HEAVYNROLL - Falando nisso, em que pé anda o Almah? A banda acabou, deu um tempo, planejam alguma coisa para o futuro?
PAULO SCHROEBER - Boa pergunta...a banda não acabou não, muito pelo contrário, estamos planejando se reunir para compor nos próximos meses.
Como todos os integrantes tem muitos compromissos não é uma tarefa tão fácil reunir todos ao mesmo tempo, mas logo logo pelo menos eu estou indo para SP para já ir adiantando alguma coisa com o Edu.
HEAVYNROLL - Mais tarde você entrou na banda Astafix liderado pelo ex-guitarrista do Cpm22, Wally. Onde você o conheceu? Quais as novidades para 2011?
PAULO SCHROEBER - Ele ouviu falar de mim, e me ouviu tocar ainda na época em que estava gravando o "Fragile Equality", e foi o produtor Brendan Duffey que me indicou para ele, pois o Wally estava finalizando o Endever no mesmo estúdio. Passado um tempo estava tocando com o Almah no Sesc em Santo André e ele foi ver o show, e me convidou para tomarmos umas cervejas depois. Fomos em um buteco qualquer perto da Paulista, e passada 6 da manhã, já estava todo mundo briaco, óbvio, e eu na maior cara de pau praticamente me escalei para fazer um solo no disco, mas eu não sabia que ele estava afim de me convidar para tocar no ASTAFIX! No fim fechou todas, passada a ressaca no outro dia eu já estava na banda.
Finalizamos para 2011 o DVD "Live in São Paulo", que logo estará nas lojas e estamos já com algumas composições novas para lançar o disco novo na metade do ano, além de estar planejando uma turnê européia para o fim do ano.
HEAVYNROLL - "Mental Illness" foi lançado em 2010, trouxe uma sonoridade inovadora, pelo menos em Caxias do Sul. O Hammer 67 fez uma divulgação discreta, com poucos shows. Como foi as coisas fora daqui, a opinião da crítica? A banda planeja algo mais forte para 2011, um novo trabalho ou uma turnê?
PAULO SCHROEBER - É verdade. Apesar de ser um disco diferenciado, e o trabalho ter ficado bom, tivemos vários problemas com nosso baterista, mas que já foi resolvido com a entrada de Thiago Caurio na banda recentemente. Hoje mesmo Niuton Paganela e Evandro Brito, vocalista e guitarrista respectivamente, vieram aqui e fizemos um planejamento para 2011. Já estamos com um planejamento de divulgação mais concreto, e com mais seis sons novos, além de já estar agendado a gravação de nosso segundo clipe da banda para daqui a um mês. Nosso site finalmente está no ar www.hammer67.com, e espero que o ano de 2011 seja um pouco menos turbulento para nós, pois infelizmente cruzamos com pessoas erradas no caminho, o que nos fez atrasar muito o trabalho da banda. Mas pode ter certeza que esse ano vamos botar para quebrar.
HEAVYNROLL - Você está para lançar uma vídeo aula (Já estava na hora). Este material será lançado quando e onde? Fale um pouco também de seus endorses, quais as marcas que você utiliza no momento?
PAULO SCHROEBER - Sim!! Está em fase de finalização, acredito que daqui a uma semana estará tudo pronto. Vou lançar ela em março e se trata dos riffs e solos do "Fragile Equality". Será lançado em Dvd, e a distribuição provavelmente por hora será apenas em meu site.
Uso atualmente as marcas Condor e Andréllis, são todas guitarras de 7 cordas, e atualmente chegou do forno a minha de 8 cordas, Nunes By Andrellis. Também sou endorsee da CS guitar, de Bento Gonçalves, que sem dúvida alguma é a melhor regulagem que um instrumentista pode ter em um instrumento!!
HEAVYNROLL - Paulo gostaria de agradecer a oportunidade desta entrevista. Deixe um recado para seus amigos e fãs:
PAULO SCHROEBER - Gostaria de agradecer a todos que me apoiaram e me apoiam de alguma forma, meus amigos e principalmente a minha família. Muito obrigado.
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5 principais influências:
- Toni Iommi
- Jason Becker
- Dimebag Darrel
- Allan Holdsworth
- Trey Azagthoth.
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10 álbuns que mais marcaram:
- Restless and Wild - Accept
- Master of Reality - Black Sabbath
- Perpetual Burn - Jason Becker
- Live Evil - Black Sabbath
- Domination - Morbid Angel
- Symbolic - Death
- Speed Metal Simphony - Cacophony
- Passion and Warfare - Steve Vai
- Maximum Security - Tony Macalpine
- Ressurection - Venom
PS. "E não esquecendo também qualquer disco do Allan Holdsworth, pois até hoje não entendo absolutamente nada do que ele está tocando!!!"
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