[Resenha] DEEP PURPLE - "InFinite" (2017)


Hoje está sendo lançado o 20º e mais novo álbum de estúdio da lendária, histórica, fantástica e reconhecida como uma das bandas da Trindade do Metal, o DEEP PURPLE! Como um grande fã da banda, é óbvio que não contive a ansiedade e tratei de escuta-lo e minhas impressões foram as seguintes:

Apesar de a já conhecida música "Time of Bedlam", lançado como single ainda em 2016, trazer um uma sensação de peso na sonoridade do grupo, demonstrado no anterior "Now What?!" (2013), a partir da segunda faixa, "Hip Boots" vemos que a coisa não é bem assim, já que o álbum "Infinite" é muito, mais muito mais voltado ao funk e groove. 

A introdução de "All I Got is You" nos faz relembrar a genialidade de DON AIREY e STEVE MORSE. perfeitas harmonias de teclados associados a fraseados magníficos de guitarra, é a combinação do estilo visceral da dupla BLACKMORE/LORD aos climas atmosféricos e sentimentais de MORSE/AIREY. Veja o clipe mais abaixo:

"One Night in Vegas" começa como um rockão, um vocal modesto, uma batida grooveada - me lembrou Led Zeppelin -, e quando você pensa que vai ser só isso, vem o "tempero Purple": quebras de harmonias e linhas de guitarras e pianos surpreendentes. Que sonzeira!

Ao contrário disso porém, "Get Me Outta Here", infelizmente, é a menos atraente do álbum. Começa com uma batida arrastada de PAICE e se estende por toda a canção, sem muitas surpresas.

Vou dizer uma coisa pra vocês: "The Surprising" é a música mais sombria e bizarra do DEEP PURPLE! E olha que eles lançaram coisas bem estranhas nos 3 primeiros discos - como as versões de "Hey Joe" e "Help" por exemplo (Risos). - GILLAN faz uma interpretação melancólica, cheia de sentimento, enquanto o instrumental evolui a cada compasso para harmonias e levadas quebradas e "estranhas". Uma das melhores do álbum, com certeza!



"Johnny´s Band" é um Funk! - não o nosso é claro (risos) - STEVE MORSE é o cara, não adianta! Acho engraçado ter gente o comparando a BLACKMORE ainda nos dias de hoje.  O cara tem sua própria identidade e linguagem. 

Seguindo na mesma linha Funk porém, mais arrastada, temos "On Top of the World". Não curti muito a melodia vocal do GILLAN. Sinto que ele já a repetiu em outras canções da banda. Apesar dos momentos de muita técnica instrumental, não curti muito esse som...

"Birds of Pray"... Quando começou a música eu realmente achei que fosse LED ZEPPELIN, com a batida arrastada ao estilo "No Quarter" e a caixa com aquele reverb a mais. Mas claro que logo em seguida a figura muda e temos, obviamente, o DEEP PURPLE. Aliás, senti que neste álbum  a banda meio que buscou um pouco de inspirações de fora, do passado. Ouvi muitas referências a outras bandas, tanto no instrumental, quanto no instrumental. Isso se confirmou quando cheguei na última faixa...

... Que é um cover... sim, um cover do THE DOORS!! "Roadhouse Blues" ganhou uma levada um pouco mais lenta, com uma introdução de bateria, onde outros instrumentos vão entrando aos poucos, começando com os teclados, pianos, harmônica e por fim a guitarra e vocal. A partir daí, sem muitas novidades, a não ser o fato dos solos serem completamente diferentes e ter algumas "viradinhas" com marca registrada ppois, é claro, é DEEP PURPLE.

Não sei se será realmente o último álbum da banda, eles se despedem de grandes turnês, pelo que entendi. Mas se for, fecha muito bem uma gloriosa carreira e, principalmente, com uma sequência de álbuns de dar inveja. Não é de hoje que IAN GILLAN sofre a ação do tempo, se em "Now What?!" havia ainda um resquício do seu legado, em "Infinite', porém, em nada lembra aquela poderosa e versátil voz do rock de outrora, restou apenas a experiência, a interpretação e seu lindo timbre. É ruim? Devemos critica-lo? De forma alguma!!! IAN GILLAN é um cara que ainda sabe se adequar ao momento, sendo realista com sua condição. Se ele ainda precisar provar alguma coisa pra alguém, coitados de nós, meros "mortais"....

NOTA - 8,5
======================
DEEP PURPLE - "InFinite" (2017)
tracklist
01. Time For Bedlam
02. Hip Boots
03. All I Got Is You
04. One Night In Vegas
05. Get Me Out Of Here
06. The Surprising
07. Johnny's Band
08. On Top Of The World
09. Birds Of Prey
10. Roadhouse Blues
bônus track
11. Paradise Bar
12. Simple Folk

Line-up
Ian Gillan - voz, harmonica
Steve Morse - guitarra
Roger Glover - baixo
Don Airey - teclados
Ian Paice - bateria




================
   photo ROCKPEDIA.jpg



Mais vistos da semana

DAYDREAM XI: Assista performance do baterista em novo vídeo

HATE HANDLES: Banda lança documentário

ALMAH: Diogo Mafra - “Com certeza é o melhor momento da minha carreira, estou vivendo um sonho.”

[Resenha] ROSA TATTOOADA: Mais um show histórico em Caxias do Sul